sexta-feira, 29 de maio de 2009

"Obra" Adília Lopes

16 de Maio de 2009



Obra
Autora:Adília Lopes
(Nascida em Lisboa em 1960)
Poetisa, cronista e tradutora
Editor - Mariposa Azual



Escolhi Adília não hoje, mas há muitos anos, já ela me convidava a conhecer os gatos dela mesmo sabendo que sou alérgica a gatos.
Não gosto de casamentos mas gostei particularmente do casamento de Adília no Tapete de Arraiolos da sala de jantar. Os convidados somos todos nós, leitores, e não há melhor amor quando é espontâneo, sem pensarmos nas manchas que eventualmente sugam ou sujem o tapete da nossa alma que passará a ter de certeza cores diferentes.
Nada, melhor do que estar apaixonada, ou pior do que estar a viver em estado de tintas fixas em loucos sonhos sem lamentos, sem pensarmos nos erros de ortografia e na gramática da moral.
Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, leva-me a subir a bainha da saia e mostrar o prazer de ler e entrar nos conflitos dos relacionamentos onde a música ajeita o corpo em sons que se perdem nas minhas células em Êxtase smico.
Foi com Adília que me deixei apaixonar sem que seja necessário o “objecto” amado, é deixar fluir a vida, os sonhos do quotidiano, secretos “objectos” do imaginário.
Nas pontas das palavras em passos miudinhos onde o mundo amadurece, desvinculada do moral, Adília sugere-nos um programa como directora artística de uma “Obra” de tangos cheia de desafios, uma dança a par com malícia literária de um estilo próprio. Adília Lopes deu-me o (en)canto de identificação de um dialogo novo, do exótico, do sensual, dos paradoxos.
Reivindica o seu sexo, uma mulher bela «nu» espelho mágico, “uma mulher tão depressa era feia era bonita” – A Bela Acordada, pag. 300.
“Obra”, a sua certidão, a autobiografia.
“Pinto para dar uma face ao medo” disse Paula Rego uma das mais conceituadas pintoras, assim identifico e relaciono a ilustração da capa e contra capa da “Obra”, forma da artista se comprometer com os sonhos de Adília Lopes.




Gostava de conhecer Adília Lopes em pessoa.

Maria Teresa Macedo


Adília Lopes - "Louvor do lixo"